Pr. José Orisvaldo Nunes fala sobre o significado da Páscoa para os evangélicos
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Publicado em 06/04/2020

1.  Qual o significado da Páscoa para os evangélicos? Há celebrações nas igrejas neste período, a exemplo do que ocorre na Igreja Católica?

2.  Que legado de Jesus Cristo deve ser considerado pelos evangélicos nesse período?

 

Primeiramente, a Páscoa não é uma festa originalmente evangélica, mas uma celebração do povo de Deus do Antigo Testamento, da antiga aliança. Era uma festa dos judeus antes da vinda de Cristo, que relembrava a saída do povo de Deus do Egito, liderados por Moisés, após 430 anos trabalhando como escravos.

Páscoa significa “Passagem” e é uma referência à décima praga do Egito, que foi a passagem do anjo. Quando chegou o tempo de Deus leva-los à terra prometida, Faraó não quis abrir mão do povo, pois era mão de obra escrava. Então, houve uma grande dificuldade e Deus levantou Moisés, que, após as dez pragas, tira o povo do seu cativeiro.

Chega a noite da Páscoa. Deus manda cada família matar um cordeiro e espargir o sangue nos umbrais das casas, pois o anjo da morte iria passar e na casa que não tivesse a marca do cordeiro o primogênito morreria. Esta foi a última praga de Deus para o Egito, para que o coração do faraó abrandasse e deixasse o povo partir.

Então, desta palavra que o anjo iria “passar por cima” veio o termo Páscoa, que significa Passagem. Em comemoração a Páscoa, o povo come o cordeiro com pães asmos e ervas amargas em uma grande festa. Após este acontecido, Faraó deixa o povo partir, mas, arrependido, os persegue. Mas Moisés ora e estende as mãos sobre o Mar Vermelho, o mar se abre e o povo passa. Faraó entra no Mar com seus cavaleiros e a bíblia diz que os cavaleiros morrem, Israel canta e há uma grande festa do outro lado do Mar Vermelho. Esta é a festa que os judeus anualmente celebraram. A libertação do povo do Egito.

Na última Páscoa, Jesus institui a Santa Ceia do Senhor. Ele consagra o pão e o cálice e diz ”Fazei isto em memória de mim”, então a páscoa é substituída pela Santa Ceia. Assim como a Páscoa era o memorial da libertação dos judeus, a Santa Ceia do Senhor é o memorial da nossa libertação espiritual, por meio da morte de Jesus Cristo, o nosso cordeiro, pois Cristo é o nosso cordeiro pascoal.

Com o decorrer do tempo, foram surgindo muitas coisas, novidades pelo mundo, que, por falta de vigilância dos líderes da igreja cristã, foram incorporadas à Páscoa. Muitas coisas que não são da Páscoa, como coelhos e ovos de chocolate, não tem nenhum sentido cristão e faziam parte das culturas nórdicas pré-cristãs das partes altas da Europa, quando na verdade não tem nada a ver e não faz parte das escrituras nem da herança cristã, foram adições feitas no decorrer dos séculos.

Nós evangélicos não celebramos este tipo de páscoa, pois fazem parte de culturas pagãs do norte da Europa, cujos cultos tinham essas características. Mas os cristãos prudentes e sábios não celebram com ovos nem coelhos. O símbolo da Páscoa é o cordeiro e não o coelho.

Aproveitando os dias de Páscoa, muitas igrejas evangélicas fazem cantatas e encenações, aproveitando o dia para evangelizar, uma vez que a mente das pessoas estão voltadas para a Páscoa. Então, prega-se sobre a morte e ressurreição de Jesus, pois é uma oportunidade de explicar ao povo o real significado da Páscoa.

As igrejas evangélicas não tem uma liturgia específica para a Páscoa, porque esta surgiu após a morte dos apóstolos e não esta expressa no novo testamento. Mas assim como o cordeiro morreu na Páscoa judaica, Cristo Jesus foi nosso cordeiro. Nossa páscoa e nosso cordeiro é nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo ao qual damos honra gloria e louvor para sempre.

“Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (João 1.29)

 

 

 

 

Rev. José Orisvaldo Nunes de Lima
Presidente da IEADAL E COMADAL
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