Pastor é denunciado por usar carros para pregar
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Publicado em 23/05/2020

O Ministério Público da Paraíba entrou com uma representação criminal contra um pastor que circulou pelas ruas da cidade de Bayeux no último domingo (17) com um trio elétrico, para levar uma mensagem de fé às pessoas que estavam em suas casas.

A Promotoria de Justiça de Bayeux acusa o pastor Eron Cruz, presidente da Igreja Evangélica Templo da Adoração, de ter descumprido medidas restritivas de isolamento social da pandemia da Covid-19.

Na ocasião, o pastor usava um microfone para falar à vizinhança, sem contato próximo com as pessoas. Havia alguns automóveis de obreiros acompanhando o trio elétrico para dar suporte ao pastor, além de pedestres que usavam máscaras e estavam distantes uns dos outros. 

O pastor Eron realizou a pregação em cima do trio elétrico depois de ser impedido de fazer o “culto drive-in”, que seria realizado no domingo. Ele foi avisado por uma ligação telefônica do comandante da 4ª CIPM, Major Targino, que lhe advertiu sobre o teor do decreto publicado no dia anterior.

O decreto estadual 40.242, publicado no último sábado (16), proíbe a realização de missas, cultos e quaisquer cerimônias religiosas, em todo o território da Paraíba, até o dia 31 de maio de 2020.

Na notícia de fato instaurada pela promotora Fabiana Lobo, foi registrado que “o pastor realizou culto em cima de um trio elétrico, ao lado de cinco integrantes da banda, alguns sem uso de máscara, sendo seguido por carreata formada por seus fiéis. Durante o ato, conforme as fotos e vídeos postados nas redes sociais do pastor, pessoas saíram de suas residências e se aglomeraram para participar do culto itinerante”.

Em vídeo publicado no Instagram terça-feira (19), o pastor Eron Cruz disse que não apoia o descumprimento das leis, tanto que acatou o cancelamento do culto drive-in. “O que apenas fiz foi estar no trio pregando a Palavra. Todos estavam com máscaras, álcool em gel e as mãos estavam higienizadas. Só havia 8 carros seguindo a gente na carreata, que eram obreiros da nossa igreja”, explica.

“Em momento nenhum queremos confrontar a lei ou o Ministério Público, em momento nenhum queremos quebrar o isolamento social. A gente sabe o quanto é importante estar em casa e essa foi a nossa intenção”, continua o pastor.

De acordo com a representante do Ministério Público da Paraíba, a tecnologia para transmissão online das mensagens poderia ter sido usada, “dispensando-se a presença física em atos religiosos”.

No entanto, o pastor afirma que já tem realizado lives diariamente e decidiu ir às ruas depois de atender “mais de 50 pessoas querendo se matar, com crise de síndrome do pânico, sem poder sair de casa”. “A minha intenção foi sair, levar uma palavra amiga, levar um louvor e abençoar aquelas pessoas”, esclarece.

A promotora de Justiça determinou a remessa de cópias dos autos para o Juizado Especial Criminal de Bayeux, servindo o despacho como representação criminal. Ela também determinou “a remessa de cópias dos autos, via eletrônica, para a Procuradoria-Geral do Estado da Paraíba, para fins de perseguição, sendo o caso, das multas administrativas previstas nos decretos estaduais desrespeitados, dolosamente, pelo pastor noticiado”.

 

Fonte: CPAD News

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