Estudo com neurocientistas mostra como a fé em Deus está ligada ao cérebro
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Publicado em 28/09/2020

A crença na existência de Deus pode estar ligada ao cérebro, segundo um novo estudo da Universidade de Georgetown (EUA), publicado na revista científica Nature.

Um grupo de neurocientistas descobriu que a capacidade de uma pessoa de identificar padrões visuais complexos, de forma inconscientemente, tem uma forte correlação com a força de sua crença em um Deus que cria padrões no universo.

O estudo foi realizado com um grupo de 199 cristãos da cidade de Washington, nos EUA, e um grupo de 149 muçulmanos de Cabul, no Afeganistão. É o primeiro estudo a explorar a crença religiosa por meio da aprendizagem implícita, que absorve informações complexas sem consciência do que foi aprendido.

Entre os neurocientistas envolvidos no estudo estão Adam B. Weinberger, Natalie M. Gallagher, Zachary J. Warren, Gwendolyn A. English, Fathali M. Moghaddam e Adam E. Green.

Para medir a capacidade de aprendizagem implícita dos participantes do estudo, os participantes foram submetidos a um teste cognitivo. Eles assistiram uma sequência de pontos que apareciam e desapareciam rapidamente na tela do computador, tendo que apertar um botão para cada um dos pontos em movimento.

Os participantes que registraram a capacidade de aprendizagem implícita mais forte conseguiram captar os padrões ocultos na sequência de forma inconsciente — eles apertaram o botão dos pontos antes deles aparecerem. 

De acordo com Adam Green, que é professor associado do departamento de psicologia da Universidade de Georgetown, essa característica tem grande relevância para aqueles que têm fé.

“Acho que o que estamos descobrindo é que há diferenças intrínsecas entre as pessoas que influenciam a forma como seus cérebros processam informações visuais, e isso parece ter alguma influência sobre como elas tendem a narrativas que enfatizam um Deus intervencionista”, diz Green ao site The Christian Post.

“Acho que pode ser plausível, com base no que descobrimos, dizer que uma porcentagem maior de pessoas em lugares com mais fé mostra maior aprendizado implícito, o que é uma interpretação justa. Mas há muito mais nesta história. Este é apenas um pequeno pedaço”, o pesquisador acrescenta.

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